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Empresas com propósito, isso existe?

Outro dia, recebi uma mensagem de uma mulher contando que tinha trocado um trabalho bem pago, mas estressante, por um cargo público buscando estabilidade. Depois de um tempo, começou a perceber que a estabilidade não estava preenchendo sua vida e ela começava a pensar em ter seu próprio negócio. Me coloquei em seu lugar e imaginei que sua primeira pergunta seria: quero fazer algo que me faça feliz e realizada e ainda possa ganhar dinheiro com isso… é possível?

Vou falar de cara a verdade do jeito que ela é, por isso prepare-se para o choque de realidade. Preparado? Está sentado? Então leia atentamente a próxima frase: sim, é possível! Aliás, não só é possível, como tenho visto cada vez mais pessoas fazendo o que gostam e sendo muito prósperas em suas vidas. Criar negócios a partir de um propósito e ganhar por isso é cada vez mais comum. Todo mundo ganha com isso. Você trabalha feliz, produz mais, a sociedade ganha negócios cada vez mais diversificados e a economia cresce. Ampliando a visão, sua mudança de humor (de infeliz com o que faz para satisfeito e realizado) impacta positivamente nos que te rodeiam, melhora seu ambiente e suas relações e, muitas vezes, impacta também na nossa relação com a natureza e os recursos naturais.
Por outro lado, apesar de negócios com propósito crescerem cada vez mais, também percebo que há uma pressão para achar esse propósito. Muitas vezes, essa busca gera frustração e medo de empreender. Meu conselho? Empreenda primeiro, nem que seja vendendo brigadeiro gourmet na calçada da Av. Paulista. Ninguém precisa fazer perfeito na primeira vez. Lembre-se como foi para você aprender algo pela primeira vez… Lembrou? Fazer crochê, andar de bicicleta, falar uma nova língua… Tenho certeza que você não saiu da sua primeira aula de inglês falando fluentemente, certo? Então, seja paciente e compassivo consigo mesmo e se dê a chance de ao menos tentar. Estive num Café com Empreendedoras* aqui em São Paulo e escutei uma história que ilustra o que penso e sinto. Em todos os eventos, histórias de superação são contadas pelas mulheres que estão a frente de seus negócios. No Café com Empreendedoras que participei, uma mulher falou que, aos 17 anos, criou sua primeira empresa de telemarketing, que faliu após um ano de operação. Ela voltou ao mercado de trabalho, onde permaneceu por mais dois anos, até que resolveu tentar de novo. Abriu uma nova empresa de telemarketing que funcionou num mesmo modelo de negócios por mais de 10 anos. Então, há dois anos atrás, ela decidiu buscar o seu propósito e achou. Essa busca e encontro consigo mesma a impulsionou a remodelar seu negócio e hoje ela tem uma empresa de telemarketing que é focada em auxiliar cursos de educação a captar alunos potenciais. Ela descobriu que seu propósito era levar oportunidade de educação a todos os que estivessem abertos a isso, portanto ela agora faz mapeamento de perfil de alunos, localização, condições financeiras e etc. Hoje, depois de 15 anos de atividade e de ter falido, ela gerencia uma empresa que está alinhada com seu propósito e é próspera.
Bom, se mesmo assim você achar que para iniciar algo precisa ao menos amar o que faz, sugiro um exercício simples e rápido. Mas não subestime o exercício por ele ser simples, ok? Ele é simples, mas é muito profundo ao mesmo tempo.
Passo-a-passo:
  1. Sente-se confortavelmente em uma cadeira, com um papel em branco na sua frente e lápis para escrever. Com a coluna ereta, respire profundamente algumas vezes e relaxe o corpo.
  2. Num intervalo de 5 a 10 minutos, escreva de 10 a 20 coisas que você faz e te dão prazer. Não julgue, não recrimine, só escreva aquilo que, depois de feito, te dá alegria. Ao finalizar, leia a lista e lembre-se de momentos que você fez aquilo e ficou muito feliz. Deixe essa alegria tomar conta do seu corpo e respire profundamente de novo.
  3. Da lista que você escreveu, escolha uma das atividades (de preferência a que você mais gosta) para virar negócio. Se você perceber que consegue conectar mais de uma para criar algo novo, crie. Depois de escolhido, pense em quatro negócios que você poderia criar com aquilo que você gosta. Tente ser o mais preciso possível, mas se não der… tudo bem. É um exercício que pode ser feito muitas vezes. Depois de escrever os quatro negócios, imagine você criando, gerenciando e sendo bem sucedida fazendo cada um deles. Não pense em crise, dinheiro, aprovação, medo, contas a pagar e nada negativo. É só um exercício e o propósito dele é você perceber o que faz seu coração bater mais forte.
  4. Agora, escolha qual dos quatro negócios você percebe que foi mais fácil você se imaginar sendo bem sucedida e coloque um preço. Para decidir qual preço cobrar, não precisa fazer uma pesquisa de mercado nem perguntar para pessoas quanto elas cobrariam por isso. Não precisa ser o preço inicial a ser cobrado, nem o final, mas algo que você considere justo de você receber por estar fazendo aquilo. Evite julgamentos de “ah, isso é caro e ninguém vai pagar” e pensamentos similares a esse. O propósito é que você perceba que você pode sim receber dinheiro fazendo o que gosta.
  5. Bom, até aqui você já tem uma ideia de negócio, um valor que você considera justo e então é hora de você compartilhar sua ideia com o mundo. Escolha pessoas de confiança para te dar apoio, te ajudar a desenvolver e dar forma a essa ideia. Evite dividir com aquela prima/tia/sobrinha/sogra/amiga que vai te colocar para baixo e te fazer desistir. Mapeie também empresas e parceiros que você acha que podem te ajudar a impulsionar essa ideia para que, quando ela tiver mais formatada, você possa apresentar para elas e fazer negócio.
Se você conseguiu fazer o exercício completo, parabéns! Quando eu fiz a primeira vez, minha alegria era tão grande que eu mal conseguia conter meu riso. Mas se você não conseguiu completar o exercício, não se preocupe. Dê tempo ao tempo… Refaça o exercício uma e outra vez, com calma e tranquilidade, sem se cobrar demais.
Se você acha que precisa de alguém para te guiar nessa busca, um coach, um mentor ou até um terapeuta podem ser ferramentas fantásticas nesse caminho. Para te ajudar a decidir qual dos dois escolher, escrevi um texto sobre as diferenças entre o trabalho desses profissionais e quando procurar um ou outro.
Inclusive indico alguns coachs cujo trabalho conheço e confio. Em São Paulo, o Inner Self tem um time de coachs capacitados e um processo de coaching em grupo (presencial) que tem dado excelentes resultados. No Rio de Janeiro, Marcela Zaroni é especializada em coaching para mulheres iniciando seus negócios e também tem feito trabalhos fantásticos unindo intuição e negócios.
*Café com Empreendedoras é um evento realizado pela Rede Mulher Empreendedora para promover e facilitar o networking entre mulheres que tem seus próprios negócios.

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